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  • Menos herbicidas, economia de água, produtividade: como robôs otimizam pulverização e controle de pragas


    Na Agrishow, empresa de tecnologia sediada em Araçatuba, interior de São Paulo, apresentou primeiros resultados positivos após dois anos de aplicação de tecnologia que rastreia pragas em lavouras. Agrishow 2024: veja aplicações de inteligência artificial que são destaque na feira O mercado global de robôs voltados para a agricultura deve movimentar bilhões de dólares nos próximo anos, segundo especialistas, com funções essenciais como mapeamento de campo e controle de ervas daninhas. Para companhias brasileiras que apostam nesse nicho de mercado, essa revolução tecnológica tem mostrado seus primeiros resultados positivos. É o caso da Solinftec, empresa de Araçatuba (SP) que recentemente aumentou em 120% sua equipe de robótica e há dois anos colocou no mercado o Solix. Graças ao aprendizado de máquina, a plataforma 100% movida a energia fotovoltaica pode "morar no campo" e cuidar sozinha de pelo menos 150 hectares com cultivo de grãos. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Além de fazer a pulverização apenas em pontos específicos, reconhecidos como ervas daninhas, o sistema dotado de câmeras inteligentes faz uma leitura das plantas para identificar pragas e, por meio de um feixe de luz utilizado à noite, as elimina sem uso de inseticidas. "Ele vai tirar informação todo dia, fazer o que precisa ser feito, reduzindo herbicida, incrementando produtividade, reduzindo acesso a erro humano", explica Bruno Pavão, chefe de operações robóticas da empresa. Solix, plataforma com interligência artificial de aplicação seletiva que reduz em 93% aplicação de herbicidas Divulgação/ Solinftec Na Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país que acontece em Ribeirão Preto (SP) até sexta-feira (3), o grupo divulgou os primeiros números obtidos com a aplicação do sistema em seis fazendas espalhadas por São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Bahia, e que reforçam a ideia de que, mais que uma tendência, a robotização no campo já é uma realidade. Na comparação com áreas dentro dessas mesmas propriedades onde foram mantidos métodos convencionais, os resultados mais importantes, segundo a empresa foram: redução de 93% no uso de herbicidas, ou seja de 80 mil litros de produtos químicos; incremento médio de 8,6 sacos por hectare na soja devido a um maior crescimento das plantas; aumento de 13% na quantidade de vagens por planta; redução de 80% do uso de água para diluição dos herbicidas, ou seja, cerca de 90 mil litros; 70% das pragas retiradas das plantações sem aplicação de inseticidas. Produtividade e economia Por trás desses números, estão benefícios importantes, não só ambientais, como o incremento na produtividade. Isso porque, segundo Pavão, a planta no estágio inicial tende a metabolizar o herbicida, o que leva a uma pausa de sete a dez dias no processo de crescimento. Algo que não ocorre quando se deixa de aplicar o produto químico. Essa aplicação seletiva também representa uma menor demanda por água, já que o herbicida precisa ser diluído. "Ela fica com um crescimento vegetativo dela travado. O que quer dizer: ela não põe folha e não põe raiz, ou seja, ela não busca água nem adubo, e não faz fotossíntese. Quando eu aplico localizado, em vez de lavar o talhão inteiro, com todos os bicos abertos, e venho só fazendo pequenas micro aplicações, eu dou 93% de chance para o resto dessas plantas que estão lá não metabolizarem esse herbicida e conseguirem crescer", explica. Feixe de luz da Solix atrai pragas e reduz uso de inseticidas nas lavouras Divulgação/ Solix Os benefícios também são observados na capacidade de monitoramento da máquina. O "scouting" do Solix, segundo Pavão, permite ao produtor rural ter uma amostragem muito maior sobre as reais necessidades da lavoura, o que permite uma decisão mais assertiva sobre a adubação. Bruno Pavão, chefe de operações robóticas da Solinftec, na Agrishow Rodolfo Tiengo/g1 LEIA TAMBÉM Compactas e tecnológicas: máquinas oferecem recursos 'na medida certa' para pequenos produtores De pulverização a controle de pragas: mais versáteis, drones evoluem para atender diferentes funções no campo "Você tem um robô andando o tempo todo dentro da lavoura, dia após dia, pegando milhões de amostras. (...) A gente promoveu pela primeira vez uma mudança baseado nas informações que o robô pega para acertar essa questão de adubação. (...) É muito coisa, o ser humano não conseguiria fazer." Esse monitoramento também garante uma leitura mais completa sobre as pragas que, por meio da técnica do feixe de luz, no período noturno, garantiu que 70% das áreas cultivadas não tivessem a aplicação de nenhum inseticida. Com menos produtos, reduzem-se as chances de haver seleção genética entre as pragas e a consequente resistência delas a esses defensivos. "Uma molécula de inseticida demora de 7 a 10 anos para ser desenvolvida e levada para o mercado. Quando a resistência entra em dois anos, três anos, a molécula não tem mais efeito. Então você sempre está atrás na corrida. Aqui, a gente tem uma ferramenta que consegue ser eficaz no controle e que reduz absurdamente o efeito de seleção genética", afirma Pavão. Veja fotos da Agrishow 2024 Veja mais notícias da Agrishow 2024 Já foi à Agrishow? Conheça a maior feira de agronegócio do Brasil

  • História da borracha envolve Brasil vítima de pirataria e criação de cidade dedicada a ela no meio da Amazônia


    Material, extraído da seringueira, tem origem na floresta amazônica brasileira e já foi alvo de contrabando; saiba mais ouvindo o podcast 'De onde vem o que eu como'. Do material escolar ao pneu, a borracha é uma protagonista discreta do dia a dia. Mesmo sendo tão presente no cotidiano, há quem desconheça a origem desse produto, que tem o selo brasileiro em sua nacionalidade. E não é só porque veio daqui, que o Brasil é quem domina a produção da borracha no mundo. Na verdade, até foi assim por um tempo, mas um roubo de sementes no século 19 fez com que os países da Ásia levassem a melhor - e é assim até hoje. Para entender por que a borracha era considerada tão preciosa a ponto de ser contrabandeada, o podcast "De onde vem o que eu como" desta semana detalha esse e outros capítulos importantes da história do Brasil envolvendo o material. Spoiler: teve até uma cidade que foi erguida na Amazônia só por causa dela. Extração de látex em um seringal. Isuru Ranasinha/Unsplash 🎧OUÇA o episódio (acima) e, abaixo, conheça um dos símbolos da luta pelos direitos dos seringueiros. Vítima de pirataria A borracha vem do látex, líquido branco que sai dos troncos das seringueiras, árvores que nasceram na floresta amazônica brasileira. A princípio, o Brasil era o único produtor desse material no mundo, mas tudo mudou depois que o inglês Henry Wickham roubou cerca de 70 mil sementes de seringueiras do Pará e as levou para a Inglaterra, em 1876. De lá, elas foram transferidas para a Malásia, na Ásia, que, na época, era uma colônia inglesa. O contrabando tirou daqui a liderança da produção da borracha, que até hoje é ocupada por países do Sudeste Asiático, como Tailândia, Indonésia e Vietnã. Esse foi um dos primeiros casos de biopirataria (exploração ou apropriação ilegal de recursos da fauna e flora) que se tem registro. Objetos que usam como principal matéria-prima a borracha Timothy Dykes/David Pennington/Diana Polekhina - Unsplash Fordlândia, a cidade da borracha Ao final dos anos 1920 a borracha já era matéria-prima dos pneus de carro. Pensando em impulsionar a produção de veículos, o fundador da Ford, Henry Ford, decidiu montar uma fábrica e uma cidade no Pará, às margens do rio Tapajós, na Amazônia. A ideia era aproveitar a área para plantar mudas de seringueiras, que ajudariam no abastecimento de borracha da fábrica. E assim foi: em 5 anos a Fordlândia, como foi chamada, virou uma cidade completa. ABC da Amazônia: Fordlândia Porém, uma doença devastou os seringais da região. Enquanto isso, os países da Ásia, para onde as sementes de seringueiras roubadas do Brasil foram levadas, não tiveram esse problema e os seringais prosperaram. Lá também foi inventada a borracha sintética, que passou a ser mais vantajosa para a indústria. Esses fatos, somados a outros problemas na vida de Henry Ford, fizeram com que ele abandonasse a cidade, que nunca mais foi a mesma. Tipos de borracha ➡️Borracha natural: derivada do látex, esse material tem mais elasticidade e resistência. A produção é sustentável, já que o cultivo das seringueiras é renovável. No entanto, as plantações são mais vulneráveis a doenças e condições climáticas, o que afeta sua disponibilidade e preço. ➡️Borracha sintética: desenvolvida principalmente a partir do petróleo ou do gás natural, ela é uma alternativa criada para substituir a borracha natural na indústria. Além de poder ser desenvolvida especificamente para cada tipo de uso, também é mais barata. Sua produção, porém, gera impactos ambientais significativos, já que depende de recursos não renováveis. Líder dos seringueiros 'Conversa' homenageia Chico Mendes e relembra os 35 anos de morte do ativista Não se pode falar sobre a história da borracha sem citar Chico Mendes, um dos nomes mais importantes na luta pelo meio ambiente e preservação da floresta amazônica. Nascido em Xapuri, no Acre, em 1944, ele foi um líder dos seringueiros, que se empenhou pelos direitos trabalhistas da categoria. Desde os anos 1970, ele e seus companheiros pediam por melhores condições de vida e pela reforma agrária. No fim dos anos 1980, Chico conseguiu chamar atenção internacionalmente e foi condecorado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Contudo, em 1988, foi assassinado em sua casa, aos 44 anos, pelo filho de um grileiro a mando do pai. Leia também: Mexerica, ponkan e murcote: nem todas podem ser chamadas de tangerina; aprenda a diferença entre elas; Pequi assusta por causa dos espinhos, mas é 'celebridade' no Cerrado; aprenda a comer do jeito certo; De onde vem a tapioca, o acarajé e a feijoada? Teste seus conhecimentos no quiz. Ouça outros episódios do podcast: Veja a série de vídeos do "De onde vem o que eu como": De onde vem o papel De onde vem a tangerina De onde vem o que eu como: baunilha De onde vem o que eu como: mandioca

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    Fonte: Reuters (delay de 15min)